domingo, 3 de junho de 2012

A ILHA DOS CÃES / O MONSTRO DA ILHA

título original: Humongous
títulos brasileiros: A Ilha dos Cães / O Monstro da Ilha
ano de lançamento: 1982
país: Canadá
elenco principal: David Wallace, Garry Robbins, Janet Julian
direção: Paul Lynch
roteiro: William Gray

Se você ler qualquer crítica sobre Humongous, uma reclamação que com certeza vai encontrar lá é sobre a iluminação ruim do filme. E é uma reclamação que realmente procede: muitas cenas são tão escuras que você nem entende o que tá acontecendo ali, pois não dá pra enxergar!
Tudo bem que 2 terços do filme se passam de noite. Mas existem técnicas pra fazer uma cena ficar com aspecto noturno sem deixar a tela toda preta, né?
Lançado no Brasil com o título de A Ilha dos Cães quando saiu em VHS, e ao mesmo tempo exibido na televisão com o título de O Monstro da Ilha, esse filme tem como história um roteiro corriqueiro de slashers. Vamos ver:

Um pequeno grupo de jovens daqueles que a gente vê sempre em slashers (um garoto bonzinho, uma garota boazinha, um garoto brigão, uma garota tarada e uma nerd) tão passeando de iate por um dos Grandes Lagos do Canadá, até que acabam se afastando dezenas de quilômetros da margem meio sem perceber.
De repente (e bota ‘de repente’ nisso!), a noite cai e ao mesmo tempo eles são envolvidos por um espesso nevoeiro, não conseguindo encontrar o caminho de volta pra margem. Mas, por outro lado, esbarram com uma lancha que tava à deriva com 1 único tripulante (esse é aquele personagem que entra no filme só pra explicar um pouquinho da história e morre menos de meia hora depois).
O homem explica que o único ponto de terra naquela parte do lago é a chamada Ilha dos Cães... Uma informação preciosa, já que o garoto brigão logo depois provoca um acidente que incendeia o iate e obriga todo mundo a se jogar no lago. Ou seja, eles são obrigados a nadar pra tal ilha, que tá a poucas dezenas de metros dali... Só tem 1 coisa que ninguém sabe: a ilha é habitada pelo único personagem clássico de slashers que ainda não tinha aparecido nesse filme até agora!

Eu sempre tive as minhas dúvidas sobre classificar A Ilha dos Cães como um filme de ‘terror’, pois ele não tem cenas propriamente aterrorizantes. É um slasher, é claro. Mas, a meu ver, tá mais pra ‘suspense’.
Outra particularidade que dá pra destacar aqui é que esse filme não tem como vilão um assassino sádico, como o Jason de Sexta-Feira 13 (1980), o Cropsy de Chamas da Morte (1981) ou o Matthew de Rituals (1977). “O monstro da ilha” é retratado como um predador que mata pra comer e pra defender o próprio território, mas sem nenhuma conotação de matar por vingança ou sadismo.
Aliás, parece que o excesso de escuridão do filme foi causado exatamente pela fixação do diretor em não mostrar a cara da criatura enquanto isso fosse possível, fazendo um jogo de luz por trás dele de forma que só aparecesse um vulto. Só dá pra ver mais ou menos alguma coisa quando ele fica preso no meio de um incêndio, já no final.
Falando nisso, apesar do filme ser bem parado em várias partes, consegue manter um certo clima de aventura nas últimas cenas. Mas o final mesmo é aquele clichezão de slasher que todo mundo conhece.
Também aviso que várias partes desse filme parecem ter sido ‘aproveitadas’ de Antropophagus (1980), embora Antropophagus não seja um filme muito bom pra se ‘aproveitar’ ideias.rs Mas A Ilha dos Cães ficou com bem menos contradições.
E pra encerrar, vou lembrar de uma cena aqui que foi inegavelmente (e escancaradamente) plagiada de outro filme: quando a personagem Sandy tá sendo perseguida pela criatura, ela entra num quarto escuro, veste uma blusa da mãe do bicho e, quando ele entra, ela finge que é a mãe dele e consegue controlar ele assim... No 2º filme do Jason, lançado 1 ano antes da Ilha dos Cães, uma garota perseguida pelo Jason já tinha usado essa mesmíssima tática pra escapar do Jason. Então, ESSA cena, pelo menos, é um plágio indiscutível.
Bom, clique aqui pra ver mais informações sobre o filme:


E clique aí do lado em ‘slashers’ que você acha posts sobre Antropophagus, Rituals, Sexta-Feira 13 e Chamas da Morte.
Até a próxima!

5 comentários:

Gilberto Carlos disse...

Léo, também não gosto de filmes muito escuros do tipo que não dá para enxergar o que se passa em cena. Se o espectador não puder ver, quem vai poder?

Hugo disse...

Mais um filme que eu não conhecia.

Este diretor Paul Lynch comandou o original "A Morte Convida para Dançar".

Abraço

Leo Carioca disse...

Gilberto→ Bom, se a intenção é contar uma história, essa história não pode ser contada de uma forma que ninguém entenda, né? E um filme que é todo escuro acaba entrando nessa de ninguém entender.
A escuridão torna o filme confuso, e não misterioso.

Hugo→ Nunca vi A Morte Convida Para Dançar, mas lembro que nos anos 80 passava sempre na Globo. Se não me engano, era exibido com o título de Baile de Formatura.
Aliás, o título O Monstro da Ilha que eu mencionei aqui era o nome que esse filme recebia no SBT.
Abraço também!

Luís disse...

Confesso que não conhecia seu blog, mas agora estou interessado em ler cada posto seu aqui. Adoro filmes de terror!

Leo Carioca disse...

Tá bom. Seja bem-vindo!